GRAMADO

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Eu sou doida....


                                    Doidas e santas


Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo

 interno que nos informa desde cedo que, sem o amor, a vida não vale a pena ser

 vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar “the big one”,

 aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e

 não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá pra ocupar uma vida, não é 

mesmo? Mas além disso temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e 

fingir, às vezes, que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas 

nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata 

comandado pelo Johnny Depp, ou então virar uma cafetina, sei lá, diga ai uma 

fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.

Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e diga se 

ela não tem ao menos três destas qualificações: exagerada, dramática, 

verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é 

louca. E fascinante. Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não 

importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de 

Viver até a Última Gota.

Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira pra ver quem está 

chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Mas mulher que só reze, 

que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? 

Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra.

byMartha MedeirosD

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